Análise do solo para financiamento rural? Saiba como fazer!
Muitas pessoas não sabem, mas a agricultura é uma das principais economias de nosso país. No entanto, para conseguir crédito rural, é necessário fazer análise de solo. Esse tipo de crédito existe desde 1965 e nasceu com a Lei 4.829/1965. Nela o trabalhador e suas cooperativas têm direito ao financiamento rural, ou seja, suprimento de recursos financeiros por entidades públicas, desde que, obrigatoriamente, apresentem uma análise de solos.
O solo é um recurso natural renovável. No entanto, quando é muito utilizado ou tratado erroneamente, pode se tornar infértil. Para o trabalhador rural conseguir empréstimo em bancos e financiadoras, deve contar com o auxílio de um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola para auxiliá-lo na coleta de amostras do solo e submetê-las a análises laboratoriais.
No texto explicamos melhor como isso é feito, bem como sua importância para a economia do país e para o agricultor familiar. Acompanhe!
O que é análise do solo?
A análise do solo é a coleta de diversas partes do terreno da lavoura para, após verificação em laboratório, definir se ele é bom ou não para o plantio. Muitas vezes, por mais que a terra seja fértil, a fertilidade do solo pode variar entre o plantio e a colheita.
Logo, se o objetivo é obter financiamento rural para aumentar as áreas de cultivo, o trabalhador deve coletar amostras do terreno e levá-las para um processo de análise em laboratório.
Qual é a sua importância?
Por meio da análise de solos, os bancos e financiadoras podem disponibilizar seguro para a safra que ainda será plantada, além de crédito agrícola para investimentos em tecnologias e equipamentos. Dessa forma, essas instituições conseguem, por meio dos relatórios e laudos da análise, perceber os riscos do negócio.
No Brasil, ainda são poucos os locais que fazem esse tipo de análise. No entanto, com a evolução da tecnologia, existem laboratórios móveis que percorrem as regiões menos assistidas e, recentemente, desenvolveram uma nova forma de analisar os solos em menos de trinta segundos.
Por que essa análise é obrigatória para conceder o financiamento rural?
A redução de riscos é fundamental para os bancos e financiadoras darem o seguro safra ao agricultor. É por meio dessa análise de solos que eles saberão se o investimento será revertido em lucro ou as chances reais da quebra da safra.
Muitas vezes, os agricultores enviam amostras de solo insuficientes para ter uma visão do todo. Dessa forma, terrenos enormes e com culturas diferentes têm uma ou duas amostragens, o que pode motivar os bancos e as financiadoras a recusar o crédito rural. Assim, é fundamental que o produtor forneça análises adequadas de solo e se beneficie de seus resultados.
Como a análise é feita?
Para fazer a análise correta é preciso considerar alguns pontos e medidas. Em primeiro lugar, divida todo o terreno em glebas. De acordo com o Manual Internacional de Fertilidade do Solo, as áreas divididas devem ter um tamanho de até 20 hectares e serem semelhantes no que se refere à topografia, vegetação natural, cor e procedimentos que podem afetar as características originais do solo.
Em seguida, é recolhida a amostragem do terreno com uma ferramenta chamada trado. Existem muitos modelos adaptados a cada tipo de solo, mas o mais utilizado no Brasil é o trado holandês. Apesar de demandar grande esforço físico, é o mais adaptável a todos os tipos de solo, por isso, costuma ser empregado em várias regiões do país.
Dentro da gleba, é necessário coletar amostras de locais aleatórios. No entanto, devem ser evitadas as regiões com erosões, linhas de plantio, próximas a matas e estradas, pois podem influenciar nos resultados finais. Em uma mesma gleba, a frequência de amostragem pode variar de acordo com a significância e o que será avaliado. Logo, sempre é bom coletar mais de uma amostra da mesma área.
As amostras devem ser aprofundadas para pegar tanto solo da superfície quanto de partes mais profundas. O solo de uma mesma gleba deve ser retirado de 0 a 10 cm e de 10 a 20 cm para verificar, em sua totalidade, o comportamento dos nutrientes.
Para saber se há necessidade de adubação e calagem, é feita uma média das duas amostras. Dependendo do tipo de cultura ou nutriente, ainda é preciso fazer outra coleta, de 20 a 40 cm. Se ela for retirada de um único ponto da gleba escolhida, trata-se de uma amostra simples.
Quando se mistura todas as amostras de 0 a 10 cm e, separadamente, as de 10 a 20 cm de um mesmo talhão ou gleba, ocorre a homogeneização, o que resultará em uma amostra composta. Dela são retirados cerca de 300 gramas de substrato para análise. Dessa forma, a homogeneização deve ser feita da maneira correta para ter uma boa representatividade do solo.
Após a análise, o profissional capacitado fará a interpretação para recomendar, se for o caso, a necessidade de adubação e calagem. Cada região do Brasil tem suas próprias publicações, com metodologias e interpretações dos resultados das análises do solo.
No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, os principais pontos a serem avaliados são: saturação por bases, CTC ou T, acidez do solo, tamanho de partículas, teores nutricionais, relação Cálcio/Magnésio e saturação por Alumínio.
Quais são as vantagens da sua realização?
Os objetivos principais da análise de solo incluem redução de riscos, melhoria do planejamento da lavoura e aumento da renda do agricultor familiar. Além disso, o produtor tem acesso aos resultados e, com a interpretação deles por um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola, poderá conhecer o solo de suas culturas e planejar melhor seus insumos, como a necessidade de adubação e calagem.
Muitos agricultores, por falta de informação, costumam utilizar os resultados da análise de solo e sugestão de insumos somente para levá-los aos bancos ou financiadoras, já que esse procedimento é obrigatório. No entanto, ele é feito também para o próprio usufruto do produtor rural.
Afinal, muitos ainda utilizam adubos e outros nutrientes no solo de acordo com a tradição, conforme o que seus familiares faziam ou seguindo recomendações de vizinhos. Entretanto, esse procedimento pode prejudicar o solo porque culturas, nutrientes e adubos têm comportamentos diferentes em cada tipo de terreno.
Como visto, a análise de solos não só auxilia o financiamento rural e o seguro safra, mas aumenta as produções, possibilita a alternância de culturas e a implantação de novas tecnologias. Desse modo, cada vez mais a agricultura familiar amplia a economia de nosso país.
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